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05 novembro, 2008

Perfume: História de um Assassino por Patrick Süskind

Desde que, por toda parte e em todos os setores, havia rebentado a frenética ânsia de inovação, essa desenfreada paixão por fatos e feitos, esse frenesi de experimentações, essa ambição louca no comércio, nos negócios e nas ciências!


Ou a loucura da velocidade! Para que se precisava de todas essas estradas novas, que eram escavadas por toda parte, e as novas pontes? Para quê? Será que era vantagem poder viajar até Lyon em uma semana? A quem impotava isso? A quem isso seria vantajoso? Ou viajar por sobre o Atlântico, e zunir em um mês até a América - como se durante milênios não se tivesse passado muito bem sem esse continente. O que é que o homem civilizado tinha perdido na mata virgem dos índios ou entre os negros?



Até para a Lapônia se ia, isso ficava ao norte, nos gelos eternos, onde viviam selvagens devoradores de peixe cru. E ainda queriam descobrir mais um continente, que se supunha estar no oceano meridional, seja lá onde isso fosse. E para que essa loucura? Porque os outros também o faziam, os espanhóis, os malditos ingleses, os impertinentes holandeses, com os quais se precisava então ficar brigando, luxo a que nem se podia se dar.




Um navio de guerra desses custava 300.000 libras bem contadas, e se afundava em cinco minutos com um único tiro de canhão, para nunca mais ser visto, pago com os nossos impostos. O dízimo de todas as entradas de caixa é o que agora o senhor Ministro das Finanças exigia, e isso era ruinoso, mesmo que não se pagasse essa parte.


Pois toda a mentalidade já era corruptora.

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